sábado, dezembro 31, 2005

mania de nomes

o cenário: Shopping
a cena: Dia desses, fui com uma amiga comprar uma bolsa no shopping. Batemos perna e escolhemos. Bolsinha linda e barata, excelente. Na fila para pagar, eu estava toda feliz com a nova aquisição. Minha amiga me olhou e, suspirando, disse: “Eu sei que você já escolheu o nome... Qual o nome dela?”. Tenho mania de dar nome às coisas. Minha girafa de pelúcia é a Geralda. Meu carro novo é o Dom Corleone. Já tive o Ratinho, o Ursinho Carinhoso, o Pierre (nome dado pela antiga dona – não troquei para não gerar crise de identidade). O peixe anti-stress que comprei na Argentina é o Peixoto. Os cachorrinhos do McDonald’s que eu pendurei no antigo carro eram o Fulustreco e a Sirigaita. Até minha menstruação atrasada já ganhou nome... Luísa nasceu mais de uma semana depois do esperado! Pois é... por essas e outras que, dois minutos depois de escolhida, a minha bolsa tinha, sim, um nome. Amanhã, vou para a festa toda linda. Eu e a Cofap.
moral da história: Cada dia, sua agonia. Cada um, sua mania...

sexta-feira, dezembro 23, 2005

caminhão da coca-cola

o cenário: Rua paralela à minha casa
a cena: É a coisa mais americanizada do mundo, mas eu adoro quando o caminhão da Coca-Cola passa perto da minha casa no Natal. Não sei se todo mundo já teve a oportunidade de ver. É uma espécie de trio elétrico, com ursinhos da Coca-Cola, Papai-Noel e um monte de meninas vestidas de Mamãe-Noel (ou Netinha-Noel, mais adequado à faixa etária). A música alta e as luzes piscando são o chamariz. Ele vai passando e as crianças vão surgindo nas janelas dos prédios. Não só as crianças, devo admitir. É tão legal que dá até vontade de acenar para o ursinho. Mas aí, eu lembro que tenho 30 anos e que aquele caminhão é a coisa mais americanizada do mundo, e que como uma adulta séria e cheia de coisas para fazer, não devo perder meu tempo na varanda de casa, torcendo o pescoço para ver mais um pouquinho do veículo, que já dobra a esquina. Então, fecho a cortina. E passo o resto da noite com um sorriso no rosto. Um sorriso de Natal. De criança. Feliz.
moral da história: Feliz Natal!!!!!!!

terça-feira, dezembro 13, 2005

uva sem semente

o cenário: Geladeira
a cena: Quem me conhece sabe que, na minha casa, não pode faltar uva. Adoro. Uva verde, red globe ou aquela uvinha de pobre, que a gente joga a casca fora. Compro a que estiver à vista e à mão. Mas sou fã de carteirinha da uva sem semente. Abrir a geladeira, pegar um cacho de uva e não se preocupar onde vai jogar a semente é libertador, não tem preço. É claro que, na melancia, o sumiço dos caroços é mais evidente e talvez até mais útil. Só que parece que tem alguma coisa fora do lugar. Melancia sem pontinhos pretos não é melancia. Mas uva sem sementes é uma uva melhor ainda. Por isso, presto aqui uma homenagem aos pesquisadores e à engenharia genética. E rezo para que esse trabalho árduo continue e com muito sucesso. Quem sabe, um dia, eles conseguem exterminar a salsinha, a cebolinha e o coentro.
moral da história: Ainda bem que a ciência não vive apenas de clonagem de ovelhas.

terça-feira, dezembro 06, 2005

Instinto assassino

o cenário: Mesa de bar
a cena: Eu e meu amigo estávamos aguardando a conta. Fim de tarde, fim de papo, fim de Pepsi. Uma abelha sobrevoava nossos dois copos, já quase vazios. De repente, meu amigo se empolgou e, ao gesticular (ou, em bom italiano, falar com as mãos), nocauteou a pobre abelha, que mergulhou na Pepsi dele. Por um milésimo de segundo, meu instinto assassino aflorou e eu derramei o resto do meu refrigerante no copo dele, para afogar ainda mais a bichinha. Confesso que o prazer foi imenso. E rápido. Um pouco depois, eu já estava arrependida. Resgatei a abelha de dentro do copo com a ajuda de um guardanapo. Mas não foi o suficiente. Ela tentava bater as asas que, encharcadas de açúcar, não se mexiam. Coloquei um pouco de água mineral na minha mão e, cuidadosamente, pinguei nas asinhas da minha – a essa altura – heroína. Ela se sacudiu e começou a esfregar as patinhas daquele jeito que só as abelhas e as moscas fazem. Me distraí e, quando olhei de novo, ela não estava mais lá. Nem agradeceu o resgate, a bandida... Pelo menos, também não resolveu tirar satisfações.
moral da história: Sempre há tempo para mudar de idéia