sexta-feira, dezembro 22, 2006

janela indiscreta

o cenário: Sala do meu apartamento
a cena: Que o prédio onde eu moro é praticamente grudado ao prédio da frente, quase todo mundo sabe. Não escondo de ninguém que já passei horas observando a vida dos meus vizinhos e me inspirando para escrever historinhas nem sempre tão fiéis à realidade. Sinceramente, não sei até que ponto isso pode ser considerado invasão de privacidade. Existe um acordo tácito entre nós, habitantes desses dois prédios: todo mundo sabe que dá para ver tudo o que está acontecendo no apartamento da frente, e nem todo mundo tem paciência de ficar com as cortinas fechadas o tempo todo. Logo, tudo mundo vê e finge que não vê. Assim, dá até para acostumar e levar uma vida normal. Só que, ontem, meus vizinhos extrapolaram. Eu estava fazendo as unhas na sala de casa, quando o interfone tocou. Era o porteiro. “A senhora está com uma manicure aí em cima?”. Estou... “Sabe o que é? O rapaz que mora no prédio em frente está aqui. A mulher dele está precisando fazer as unhas. A senhora pode pedir para a manicure passar aqui na portaria depois?”. É ou não é o fim da picada??
moral da história: Privacidade nos dias de hoje é utopia

segunda-feira, dezembro 04, 2006

bom apetite

o cenário: Restaurante self-service
a cena: Desde que comecei a fazer um curso nos sábados à tarde, meus almoços de fim-de-semana não são mais os mesmos. Geralmente, acordo completamente atrasada. Arrumo as coisas esbaforida e saio de casa à procura de uma comida rápida, fácil e que possa servir de café da manhã e almoço. Já encarei salada, miojo, carne de sol, McDonald’s. Mas o self-service do último sábado foi duro de engolir. A comida era até bonitinha. O problema estava no ambiente. Sabadão, dia de alegria, a dona do restaurante achou que tinha que inovar. Acabou usando o recurso mais clichê, velho conhecido das churrascarias. Na calçada, um rapaz se equilibrava num banquinho e era acompanhado pelo som eletrônico de um teclado, enquanto cantava o refrão de um hit de Roberto Carlos: “coração tá disparado, mas eu ando com cuidado, não arrisco na banguela...” Nada mais indigesto.
moral da história: Na hora de escolher o menu, não despreze os acompanhamentos