terça-feira, dezembro 06, 2005

Instinto assassino

o cenário: Mesa de bar
a cena: Eu e meu amigo estávamos aguardando a conta. Fim de tarde, fim de papo, fim de Pepsi. Uma abelha sobrevoava nossos dois copos, já quase vazios. De repente, meu amigo se empolgou e, ao gesticular (ou, em bom italiano, falar com as mãos), nocauteou a pobre abelha, que mergulhou na Pepsi dele. Por um milésimo de segundo, meu instinto assassino aflorou e eu derramei o resto do meu refrigerante no copo dele, para afogar ainda mais a bichinha. Confesso que o prazer foi imenso. E rápido. Um pouco depois, eu já estava arrependida. Resgatei a abelha de dentro do copo com a ajuda de um guardanapo. Mas não foi o suficiente. Ela tentava bater as asas que, encharcadas de açúcar, não se mexiam. Coloquei um pouco de água mineral na minha mão e, cuidadosamente, pinguei nas asinhas da minha – a essa altura – heroína. Ela se sacudiu e começou a esfregar as patinhas daquele jeito que só as abelhas e as moscas fazem. Me distraí e, quando olhei de novo, ela não estava mais lá. Nem agradeceu o resgate, a bandida... Pelo menos, também não resolveu tirar satisfações.
moral da história: Sempre há tempo para mudar de idéia