sexta-feira, abril 29, 2005

bem geladinho

o cenário: Pizzaria, mesas na calçada
a cena: Sexta-feira à noite, hora de relaxar. Vou a uma pizzaria com um amigo. Eu, esfomeada, peço logo a comida. Meu amigo prefere tomar uma cervejinha antes, mas fica decepcionado quando o garçom diz que o restaurante só tem cerveja sem álcool. E chopp? Só da Kaiser. Vendo o cliente “torcer” o nariz, o garçom resolve se esforçar para vender o produto. E aposta na sinceridade. “O chopp da Kaiser não é tão bom, mas quando ele está bem geladinho, você nem sente.” Funcionou. Meu amigo tomou dois.
moral da história: Quando a coisa estiver muito ruim pro seu lado, coloca na geladeira um pouquinho, que você nem sente...

segunda-feira, abril 25, 2005

baba de cupim

o cenário: Igreja em restauração
a cena: A igreja Matriz, em Pirenópolis (Goiás), está sendo restaurada. Ela foi parcialmente destruída por um incêndio em 2002. O fogo consumiu o telhado e toda a parte interna da construção. Fui visitar o canteiro de obras e aprendi uma porção de coisas. A igreja – que data de 1732 – já havia sido restaurada entre 1996 e 1999. Ela é feita de taipa (mistura de terra, areia e otras cositas), madeira de lei e adobe. Os restauradores agora estão tentando reproduzir a taipa do jeitinho que ela foi feita há séculos. E, para isso, fazem umas misturas e uns testes. O que mais me impressionou foi o ingrediente utilizado na maior parte das amostras de taipas: baba de cupim. Isso mesmo. Para ninguém achar que entendeu errado, os cartazes têm até o desenho de um cupim babando. O líquido, assim como sangue de boi e estrume, era utilizado no passado para aumentar a liga do barro. Até aí, tudo bem. Mas será que alguém pode me explicar como é possível extrair a baba do cupim?
moral da história: A gente pensa que sabe muito, mas não sabe nada...

domingo, abril 24, 2005

efeito ceramidas

o cenário: piscina natural, no meio do mato.
a cena: O calor já tinha chegado quando demos de cara com uma cachoeirinha miniatura – com plaquinha dizendo "piscina natural". Não pensei duas vezes. Fiz uma manobra para vestir o biquíni (como uma criatura vai para um lugar que tem cachoeira com o biquíni dentro da bolsa?) e mergulhei. Na saída, meu primo comentou: “nossa, essa mata está com um cheiro tão bom!”. Não era a mata. Era o meu cabelo que, molhado, exalou o cheiro do shampoo. Ai, ai, me senti uma flor!
moral da história: Seda Ceramidas (preço médio: R$ 3,90). À venda nos melhores supermercados.

você já abraçou um jatobá?

o cenário: Mata com árvores gigantes.
a cena: Quase meio-dia. Depois de uma manhã chuvosa, o sol começava a aparecer e eu e meu primo resolvemos fazer uma caminhada na mata. Eu estava andando sem a menor expectativa. Olhava uma árvore aqui, outra ali, até chegar na “Mãe da Floresta”. Um Jatobá gigante (que meu primo insistia em chamar de Jequitibá), impossível ver a copa. Tentamos abraçar a árvore, mas não dava. Mesmo assim, fiquei alguns minutos ali, com os braços esticados, olhando para cima e vendo as gotas da chuva se espatifando no tronco. Senti a vibração da árvore, achei o maior barato. Tão legal que, no fim, eu já estava conversando com o Jatobá. Quem diria...
moral da história: Não morra sem abraçar uma árvore. Se tiver vergonha, faça isso quando ninguém estiver olhando. É muito bom, eu juro.

sábado, abril 23, 2005

bar estranho com gente esquisita 2

o cenário: O mesmo barzinho de reggae, às três e meia da manhã, na mesma cidadezinha do interior.
a cena: Duas amigas estavam conversando em frente à pintura da parede do bar. Uma das amigas não entendia o desenho de jeito nenhum. A pintura era realmente muito louca – uma cachoeira saindo de uma bola, um bruxo, uma lua, uma janela (que era de verdade e dava acesso ao caixa). A outra amiga, que compreendeu TUDO, tentava explicar, sem sucesso. Cansou e concluiu: “Estamos vendo coisas diferentes porque meu olho é castanho e o seu é cor de mel”. Ah, agora tá explicado!
moral da história: Assim como a cor dos seus olhos é diferente da cor dos olhos do outro, o ponto de vista dele pode ser diferente do seu. Sacou?

bar estranho com gente esquisita

o cenário: Um barzinho de reggae, às três da manhã, numa cidadezinha do interior.
a cena: Eu estava em frente a uma TV com showzinho do Bob Marley, um monte de malucos dançando ‘I wanna love you’... Ao meu lado, um cachorro vira-latas dormia no chão. Como o ambiente estava escuro e... enfumaçado..., o garçom pisou no cachorro. Uma das moças que estava dançando e balançando o cabelo dreadlock partiu para cima do garçom furiosa e deu a maior bronca no pobre trabalhador.
moral da história: Vira-latas também tem dono.

sexta-feira, abril 22, 2005

hora do rush

o cenário: Engarrafamento às seis e meia da tarde.
a cena: No final do expediente, entrei no carro e saí da vaga. O engarrafamento já estava grande e o sinal à minha frente, fechado. Como de costume, coloquei o carro mais pra frente, para entrar na fila. O motorista de trás acelerou e eliminou qualquer espaço que eu teria para ‘encaixar’ meu pobre carro. Como o sinal ainda estava vermelho, olhei para o indivíduo – sem saber ao certo onde ele estava, porque os vidros eram cobertos com película – e comecei a fazer umas caretas, dizendo: “Puxa, obrigada, hein? Você é muuuuito gentil”. O sinal abriu. Eu já estava resignada, torcendo para o próximo motorista não ser uma mulher (elas NUNCA dão passagem). Mas aí, o cara, surpreendentemente, deu ré no meio do engarrafamento e abriu o maior espaço para eu passar. Passei toda feliz, dei uma buzinadinha de agradecimento. Ele se despediu com uma piscada de farol.
moral da história: Por trás de uma película, pode haver um brutamontes gentil.