o amor, ah, o amor...

o cenário: Gramados da cidade
a cena: Depois de muita conversa, decidimos que era hora de ter filhotinhos dentro de casa. Frida já tem quatro anos, não é nenhuma garota e precisa cruzar. Sinal verde, cio à vista, começamos a procurar o parceiro ideal. Em uma visita a um Pet Shop, encontrei o moçoilo. Juscelino era um basset-hound lindo, capa preta, saudável e doido para namorar. Já tem 19 filhos e, no momento, está solteiro. Perfeito. Combinamos o dia e a hora do encontro às cegas. Uma grande decepção. Ninguém manda nos sentimentos de Frida. Mesmo no auge do cio, ela não quis saber de Juscelino. Rosnou, fugiu, avançou. Tentamos três vezes e nada. O coração de Frida já tinha dono e a gente não sabia. Nossa cachorrinha dócil e quase obediente se soltou da coleira duas vezes para correr para os braços de Kevin, um cocker-spaniel preto, que vive lá na quadra. Um sufoco para evitar o pior, mas conseguimos evitar que a paixão proibida se concretizasse. As pernas da Frida são curtas e as orelhas cor de caramelo arrastam no chão. Não imagino como ficaria a mistura com um cachorro de pernas longas e pêlo encaracolado. O cio passou, mas Frida não é mais a mesma. Vira e mexe, coloca as patinhas na janela da sala e suspira, olhando para o prédio da frente, onde Kevin passeia serelepe.
moral da história: O amor é lindo, mas você aceitaria criar um filhote de basset-hound com cocker-spaniel?