terça-feira, setembro 19, 2006

a cigarra e a barata

o cenário: Bloco da Asa Sul
a cena: O primeiro episódio aconteceu na quinta-feira. Foi quando descobri que não era mais uma daquelas menininhas frescas. Eu e meu namorado estávamos sentados na calçada, embaixo do bloco. Era noite e conversávamos tranqüilos, como dois adolescentes que só podem se encontrar ao alcance da vista do porteiro. De repente, senti uma ‘cosquinha’ no meu pé. Olhei pra lá e vi uma gigantesca barata entre as tiras da minha Melissa. Apesar do nojo e de ter chutado a sandália (e a barata) longe, não dei nenhum escândalo. Senti, confesso, uma fraqueza nas pernas, mas nada assustador. Me orgulhei de ter me comportado tão bem. Abracei meu namorado, como quem diz: “viu que mulher legal você tem ao seu lado?”. Meu orgulho durou pouco. Dois dias depois, uma f.d.p de uma cigarra fez a minha máscara cair. Estávamos no apartamento dele, no mesmo bloco. De repente, aquele barulho de asas batendo me paralisou. A cigarra entrou pela janela e, meio tonta, começou a buscar a saída enquanto era perseguida por Frida, uma valente basset hound. Não consegui segurar a onda. Saí correndo, me escondi no quarto, tremendo e implorando para Frida acabar com a minha agonia. Um vexame total.
moral da história: O dia do caçador depende da caça