quinta-feira, junho 29, 2006

revolução digital

o cenário: Festa junina de escola
a cena: Quadrilha de criança é uma coisa fofa. Aqueles pinguinhos de gente, com bigode ou maria-chiquinha, rebolando sem ritmo, com olhos assustados procurando os pais. E as máquinas fotográficas pipocando na platéia, registrando cada passo. A câmera digital é uma revolução. Não existe mais o medo da foto perdida. Não existe mais o limite das 36 fotos, com o risco de umas cinco queimarem. O que existe é a curiosidade instantânea. Todo mundo quer ver como a foto ficou, ver se o cabelo está bom, se os olhos não saíram fechados. O que me chamou a atenção na festa junina da minha afilhada foi o comportamento das crianças. Mal o “clique” terminava, elas já corriam para o lado dos pais, pedindo: “deixa eu ver”. Procuravam o visor e ai de você que não tivesse uma máquina digital. A criançada não compreende a câmera escura. Um desavisado tio foi à festinha e arriscou tirar uma foto em uma máquina tradicional. A criança quis ver o resultado e não achou. Olhou para ele com uma cara assustada. Não adiantou ele explicar que, no outro final de semana, iria à casa dela com a foto revelada. Ela baixou a cabeça e saiu de fininho, magoada com o tio bobo, que guardou a imagem só pra ele.
moral da história: Lembrar da máquina Love é atestado de velhice...