segunda-feira, novembro 06, 2006

receituário

o cenário: Hospital
a cena: Quando eu era pequena, meu pai me chamava de rainha do antibiótico. Pertencente a uma família de médicos, sempre achei que doença se cura com remédio, e remédio forte. Fui crescendo e ficando mais aberta a novas experiências. Conheci a acupuntura, a homeopatia, os florais, vários tipos de massagens. Mas a verdade insiste em vir à tona. Passei quinze dias sofrendo com uma dor de garganta. Primeiro, minha voz sumiu. Fui a um médico alternativo. Tomei um remédio para alergia e voltei a falar. Mas aí veio a tosse. Fiz massagem ayuvérdica, gargarejo com romã e tomei chá de gengibre. A tosse diminuiu, mas não desapareceu. E, pior, minha garganta começou a doer. Na sexta-feira à noite, eu estava acabada, com dor também no ouvido. No auge do desespero, bati à porta do pronto-socorro, quase implorando por um antibiótico. Ora, ora, minha gente... A descoberta da penicilina revolucionou (e prolongou) a vida na Terra. E o poderoso comprimido me fez ficar boa já na primeira dose. Como é que eu posso ser contra essa substância milagrosa?
moral da história: Eu acredito em terapias alternativas, desde que acompanhadas da boa e velha penicilina.