domingo, maio 07, 2006

sinceridade

o cenário: Estabelecimentos comerciais
a cena: No comércio, onde os estabelecimentos só pensam em faturar, a sinceridade não costuma ser muito freqüente. Mulheres sabem disso. É incrível como todas as roupas que você experimenta ficam “ma-ra-vi-lho-sas”, de acordo com a opinião das vendedoras. Às vezes, você sabe que está parecendo um bolo de noiva com aquela saia balofa e a vendedora insiste em dizer que nunca viu ninguém ficar tão bem com a tal da roupa. Mas tenho observado que, no ramo da alimentação, a coisa é um pouco diferente. Para conquistar a clientela e garantir a gorjeta, os garçons têm rompantes de sinceridade. Outro dia, uma amiga estava num bar e escolheu um pastel de queijo. Quis saber se o quitute era suficiente para saciar a fome. “Não vou te enganar, não. O pastel aqui não dá para mais de duas mordidas...”, alertou o garçom. Pouco tempo depois, ele serviu um acarajé na mesa, mas avisou: “Só o bolinho está quente, viu? O camarão sempre vem frio”. Eu já frenquentei uma lanchonete só por causa da sinceridade do garçom. Na primeira vez que fui lá, perguntei como era o molho especial que eles ofereciam no cardápio. “É só maionese”, respondeu. O garçom virou a atração do lugar. Todas as vezes que eu ia lá, ele tinha uma observação nova, sempre sincera. A última aconteceu quando levei meu tio para conhecer a lanchonete. Ele quis saber o que era crouton – aquela torradinha com orégano, que fica ótima na salada. Pois o garçom não teve dúvidas: “É pão velho cortado”.
moral da história: Quando existe sinceridade, até o pão dormido tem o seu valor