terça-feira, abril 25, 2006

sagrado coração

o cenário: Fila de espera de um restaurante
a cena: Véspera de feriado combina com sushi. Eu, meu namorado e Brasília inteira pensamos assim. Resolvemos ir a um restaurante japonês e tivemos que encarar a lista de espera. Encostamos no balcão e começamos a colocar o papo em dia. Em frente a mim, uma mulher sorria. Tentei vasculhar as gavetas da minha memória para saber se ela era alguma conhecida, ex-professora ou amiga da minha mãe. Não encontrei nenhuma referência, mas ela não parava de olhar para mim. Virei meio de lado, disfarcei, olhei para a rua pelo vidro da porta. A mulher veio em minha direção. “Desculpe, mas a sua blusa é linda. Nunca vi uma blusa assim”, disse. Perguntou onde eu tinha comprado, falei que não tinha sido em Brasília. Ela ficou triste, mas avisou que ia pedir para uma amiga ‘copiar’ o modelo. A essa altura, eu já estava morrendo de vergonha, mas ofereci: “O coração é de tecido. Pode pegar, se você quiser.” Ela olhou para o meu namorado com uma cara de “aí já é demais, né?” e disse: “Imagina se eu vou pegar na sua blusa...”. Mal terminou de falar, já estava com a mão no coração de tecido – e no meu peito, conseqüentemente.
moral da história: Pessoas apaixonadas, mesmo por uma blusa, são capazes de qualquer coisa