segunda-feira, abril 10, 2006

carência no comércio

o cenário: Bares e lojas da cidade
a cena: Isso tem acontecido reiteradas vezes. Sento num restaurante ou entro numa loja e o processo se inicia. Carentes, garçons e atendentes não se seguram e conversam, desabafam, opinam sobre a vida alheia – no caso, a minha. Uma vez, sentei na lanchonete com o meu namorado. Pedimos suco com adoçante. Foi a deixa para a confissão da garçonete: “Estou 12 quilos acima do meu peso”. Numa situação dessas, difícil saber o que falar. Tentei: “Não parece”. Ela continuou: “Pois é. Quero perder dez. Os outros dois eu já incorporei...” Tenho a impressão de que, se eu começasse a falar sobre uma dieta que saiu na revista, ela ia puxar uma cadeira e sentar com a gente. Em outra ocasião, eu estava com a minha mãe num restaurante e o cara da mesa ao lado falava muito alto. Minha mãe comentou isso e o garçom ouviu. Não hesitou em dar sua opinião. “Ele é louco. Vem sempre aqui. Outro dia, disse que homossexualismo era coisa do demônio!”. A última aconteceu em uma loja de colchões. Eu estava escolhendo um D-33 enquanto falava ao telefone. Fiz algum comentário sobre o preço do produto e, quando desliguei, o vendedor perguntou se eu estava falando com meu pai. Respondi que não, que era com meu ex-marido. Ele olhou para mim com uma cara de psicólogo compreensivo: “Vocês estão fazendo a partilha, né?”. Não me dei ao trabalho de responder.
moral da história: Quando você estiver se sentindo sozinho e sem amigos, vá às compras. Seus problemas desaparecerão!