terça-feira, abril 18, 2006

te mataré, Ramirez

o cenário: Restaurante em Buenos Aires
a cena: Fim de semana prolongado, viagem para a Argentina a dois, ótima oportunidade para conhecer um restaurante afrodisíaco. A decoração estava nota dez. Ambiente escuro, vermelho e quente, como não podia deixar de ser. O nome dos pratos foi uma atração à parte. Você podia escolher entre “Tu carne, luminaria de fuego, agrava mi placer”, “¿qué pretende usted de mi?” e “Senos complacientes, vientre concecendiente y mis manos obstinadas”. Mas divertido mesmo foi o papo da mesa ao lado. Era um casal de brasileiros. O cara ainda não tinha conseguido o que queria – talvez, por isso, convidou a moça para conhecer o Ramirez. A entrada chegou e nada. O prato principal chegou e nada. A essa altura, o moço já devia estar subindo pelas paredes. Antes da sobremesa, ele se irritou: “Você é um cuzão!”. O clima ficou tenso e ele percebeu – a tempo – que a estratégia estava errada. Uns quinze minutos depois, o discurso era outro. A menina passou de ‘cuzão’ a ‘linda e quase-perfeita’. Ele até parecia compreensivo: “Fodendo ou não fodendo, para mim está tudo bem”, dizia resignado. Se rolou ou não, eu não sei. Mas parece que a moça amoleceu com a mudança do discurso. Levantou, foi em direção à cadeira dele, fez carinho. E os dois saíram felizes da vida, para dançar em uma boate.
moral da história: Comida afrodisíaca ajuda, mas não faz milagre