segunda-feira, junho 27, 2005

invasoras

o cenário: Gabinete de um ministério
a cena: Entrevista é uma coisa importante. Eu, como repórter, chego toda séria, compenetrada, bloquinho na mão e cara de quem entende TUDO do assunto árido. Meu entrevistado começa a falar e, enquanto anoto, uma formiguinha passa pela mesa. Continuo anotando, outra formiguinha. Tomo um gole de água, coloco o copo do porta-copos, mais uma formiga. Como era inevitável disfarçar a presença das invasoras, o moço começou o ataque. Falava um pouquinho sobre dívida pública e, pimba, matava uma formiga com o dedo. Depois, abria um arquivo no computador e dava um peteleco em outra intrusa que tentava escalar o monitor. Entendo esse drama. Já tive a casa invadida por formigas. Quando elas resolvem transformar o apartamento em “lar, doce lar”, é um inferno. Difícil encontrar remédio para exterminá-las. Por isso, resolvi ser solidária. Ao final da entrevista, estávamos os dois amassando formiguinhas na mesa. Coisas da vida.
moral da história: Se não for possível esconder o problema, não adianta disfarçar. O melhor é assumir e tomar uma atitude.