quarta-feira, junho 15, 2005

criançofobia

o cenário: Supermercado, à noite
a cena: Saí do trabalho ontem e decidi me juntar aos milhares de solteiros do meu bairro que tomam sopa no supermercado. Comprei meu caldo verde e sentei na primeira mesa. Mal dei a primeira colherada e uma criaturinha se aproximou de mim. Era um menino de uns quatro anos. Apoiou os cotovelos na mesa e ficou me olhando. Fiquei paralisada. Descobri, então, que sofro de “criançofobia”. Minhas amigas grávidas que me perdoem, mas tenho pânico desses seres que andam como gente grande, falam como gente grande, mas são pequenininhos e muito mais espertos do que gente grande... Não sei como me comportar quando estou com uma criança. Elas são um perigo... sabem o que a gente está pensando e captam muito bem todos os nossos sentimentos. Por isso, nem me arrisco a fazer um “bilú-bilú”, porque até um bebê de três meses detectaria minha falsidade. Voltando ao menino do supermercado, respirei fundo e disse, na maior sinceridade: “oi, tudo bem?”. Ele olhou pra mim e respondeu: “tudo”. Sorriu e foi saindo da mesa, com cara de: “tá bom, tia, vou te deixar em paz”.
moral da história: Ah, se os adultos soubessem metade do que as crianças sabem...