segunda-feira, junho 18, 2007

são joão

o cenário: Festa junina
a cena: Sábado à noite, no mês de junho, não tem erro. É só procurar que você acha uma festa junina para ir. Fomos em uma no condomínio do meu cunhado. Já passava da meia-noite e a fila para comprar o crepe de banana e chocolate estava grande. Ficamos plantados lá, esperando a sobremesa. Atrás da gente, um carinha recém-saído da adolescência falava ao telefone. A conversa era com a namorada. "E aí, meu amor, já vai dormir? É... eu também vou... A galera me chamou pra sair, mas eu disse que já está muito tarde. Muito tarde..." Eu comecei a desconfiar da sinceridade do rapaz quando ele enfatizou o 'muito tarde'. Não precisava, né? Mas a história continuou. "Ó, então, amanhã eu te ligo, tá bom?" A voz ia ficando cada vez mais doce. "Eu te amo muito, te amo" Pronto, era a deixa! Na hora que ele fez a declaração para a pobre moça, tive certeza absoluta de que ele ia sair, sim, com a galera. E que ia ficar na rua até muito tarde, muito tarde. Não deu outra. Desligou o telefone e gritou para o amigo, que estava do outro lado do balcão. "Fulano, tu vai que hora? Eu tô indo nessa! A gente se vê lá". E saiu, todo serelepe, enquanto a namorada pegava no sono com um sorriso nos lábios e a certeza de que era amada.
moral da história: Desconfie de declarações de amor por telefone num sábado à noite