quarta-feira, junho 13, 2007

fúria canina

o cenário: Casa da minha mãe
a cena: Frida é uma cachorrinha muito dócil. Grande e estabanada, tem um olhar que cativa qualquer um que passa pela frente. Dorme o dia inteiro, de preferência, em um canto com sol. Por ser tão inofensiva, não pensamos duas vezes ao ter de deixá-la na casa da minha mãe, enquanto viajávamos. Dona Beth adorou a idéia. Daria tudo certo. A comida estava suficiente, a caminha foi junto, e havia um bom estoque de ossos para ela roer. Um único problema: Frida estava com gravidez psicológica (a terceira da vida dela). Com muita vontade de ter filhotes, ela se transforma após o cio. A barriga cresce, as tetas incham e o leite sai. Os hormônios ficam à flor da pele. Pois acho que Fridinha não gostou de ser abandonada pelos donos em um momento tão delicado. Passou os primeiros dias na casa da "vovó" sem muitas emoções. Subiu nas camas e nos sofás à procura de carinho e rosnou para o cachorrinho que vive por lá - nada fora do normal. Uns três dias depois, a fúria canina se manifestou. Em menos de 24 horas, Frida surtou. Começou roubando a bandeja de queijo prato e comendo até o isopor. Não satisfeita, carregou o queijo de minas. Depois da refeição, subiu na cama da minha mãe e fez um senhor xixi (coisa que ela nunca faz em casa). Para terminar a festa e carimbar de vez sua ida para o hotel de cachorros, a dócil Frida usou a cadeira de trampolim para chegar à mesa de jantar. Com seus 23 quilos, subiu no tampo da mesa. O tampo, que era vidro, se quebrou. Minha mãe ficou sem mesa, Frida foi para o canil e nós não vamos poder nem ficar ricos escrevendo um livro sobre a pior cachorra do mundo. Um americano esperto já teve essa idéia. O livro, inclusive, é muito bom.Li durante a viagem, inocentemente, enquanto Frida tocava o terror por aqui.
moral da história: Cachorras também ficam à beira de um ataque de nervos