quarta-feira, outubro 19, 2005

a dor

o cenário: Cozinha da minha casa
a cena: Há uns quinze minutos não paro de chorar. Acabei de saber que a cachorrinha (que de pequenininha não tinha nada) do meu ex-marido morreu. E envenenada, olha que sacanagem. Nina Simone era uma belíssima representante dos mastins napolitanos. Com porte e firmeza de rainha, me ensinou a respeitá-la e amá-la. Não vou mentir: eu morria de medo dela. Um medo quase paralisante – que só não me paralisou na noite em que acompanhei o nascimento dos seus filhotes. Foi ali, na verdade, que me apaixonei por ela. E acho que também foi ali que ela começou a ter ciúmes de mim. Eu chegava e ela se afastava, cabisbaixa. Medrosa que sou, não consegui me aproximar o tanto que queria. Mas o pouco contato físico que tive com ela foi bem legal! Nina foi a primeira cachorra de grande porte que colocou a pata na minha mão. E isso significou muito pra mim – afinal, sempre tive um medo irracional de cachorros. A primeira vez que engatinhei na vida foi para fugir de um cãozinho que se aproximava. Por tudo isso, choro muito a morte dela. Ela havia pulado a cerca de casa há uns dias e matado o pato do vizinho. No sábado, olha que coincidência, foi envenenada. E meu ex-marido só me contou hoje. Cachorro!
moral da história: Não tenho estrutura emocional para ter bichinhos de estimação