sexta-feira, outubro 21, 2005

terno e gravata, sim, senhor

o cenário: Um senhor de terno, perambulando pela rua às quatro da tarde
a cena: Do meu trabalho, vejo a vida lá fora. Minha mesa fica ao lado da janela. E eu, que já gosto de dar uma bisbilhotada na vida dos outros, sempre chego mais perto e dou uma olhadela. Acompanho os passos do balconista da padaria, do dono da loja de bicicletas, do lavador de carros. Esse é uma figura. Nas horas vagas, dá uma de Bob Marley – e leva até esse apelido. Com os cabelos iguais aos do cantor, balança ao som do barzinho de reggae da esquina. Hoje, eu e minha colega de trabalho estávamos conversando. Ela disse – e, olha aquele senhor de terno, parece o lavador de carros... É mesmo, concordei. Passados uns minutinhos, olhamos de novo e, sim, era o lavador de carros!!! Terno marrom, pose de gente importante, Bob Marley desfilava pela comercial, ignorando o sol de rachar. Enquanto meus amigos reclamam de ter de trabalhar de terno e gravata no nosso país tropical, Bob passeia tranqüilo, todo “prosa”.
moral da história: Passei o resto da tarde com a pulga atrás da orelha: onde Bob conseguiu aquele terno??